O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é um distúrbio comum, crônico e de difícil tratamento no qual uma pessoa tem pensamentos incontroláveis e recorrentes (“obsessões”) e/ou comportamentos (“compulsões”) que sente vontade de repetir, de novo e de novo. Por muitas vezes permear a vida da pessoa por um grande período da sua vida, sem que ela perceba os prejuízos que isso tem lhe causado, ela acaba por procurar atendimento em situações extremas. Caso você se identifique com trechos desse texto busque avaliação médica.
Pessoas com TOC podem apresentar sintomas de obsessões, compulsões ou ambos. Esses sintomas podem interferir em todos os aspectos da vida, como trabalho, escola e relacionamentos pessoais.
Obsessões são pensamentos repetidos, impulsos ou imagens mentais que causam ansiedade. Os sintomas comuns incluem:
Compulsões são comportamentos repetitivos que uma pessoa com TOC sente vontade de fazer em resposta a um pensamento obsessivo. Compulsões comuns incluem:
Nem todos os rituais ou hábitos são compulsões. Todo mundo verifica as coisas às vezes. Mas uma pessoa com TOC geralmente:
Alguns indivíduos com TOC também têm um tique nervoso. Os tiques motores são movimentos súbitos, breves e repetitivos, como piscar os olhos e outros movimentos oculares, caretas faciais, encolher os ombros e sacudir a cabeça ou os ombros. Os tiques vocais comuns incluem sons repetitivos de pigarro, fungar ou grunhir.
Os sintomas podem ir e vir, diminuir com o tempo ou piorar. As pessoas com TOC evitam situações que desencadeiam suas obsessões, por vezes tentam usar álcool ou drogas para se acalmar, acabando por piorar ainda mais o quadro. Embora a maioria dos adultos com TOC reconheça que o que estão fazendo não faz sentido, alguns adultos e a maioria das crianças podem não perceber que seu comportamento é fora do comum. Os pais ou professores geralmente reconhecem os sintomas do TOC em crianças.
Se você acha que tem TOC, converse com seu médico sobre seus sintomas. Se não for tratado, o TOC pode interferir em todos os aspectos da vida.
O TOC é um distúrbio comum que afeta adultos, adolescentes e crianças em todo o mundo. A maioria das pessoas é diagnosticada por volta dos 19 anos, geralmente com uma idade de início mais precoce em meninos do que em meninas.
As causas do TOC são desconhecidas, mas os fatores de risco incluem:
Estudos de gêmeos e familiares mostraram que pessoas com parentes de primeiro grau (como pais, irmãos ou filhos) que têm TOC correm maior risco de desenvolver TOC. O risco é maior se o parente de primeiro grau desenvolveu TOC quando criança ou adolescente. Pesquisas em andamento continuam a explorar a conexão entre genética e TOC e podem ajudar a melhorar o diagnóstico e o tratamento do TOC.
Estudos de imagem mostraram diferenças no córtex frontal e nas estruturas subcorticais do cérebro em pacientes com TOC. Parece haver uma conexão entre os sintomas do TOC e anormalidades em certas áreas do cérebro, mas essa conexão não é clara. A pesquisa ainda está em andamento. Compreender as causas ajudará a determinar tratamentos específicos e personalizados para tratar o TOC.
Uma associação entre trauma na infância e sintomas obsessivo-compulsivos foi relatada em alguns estudos. Mais pesquisas são necessárias para entender melhor essa relação.
Em alguns casos, as crianças podem desenvolver TOC ou sintomas de TOC após uma infecção estreptocócica – isso é chamado de Transtornos Neuropsiquiátricos Autoimunes Pediátricos Associados a Infecções Estreptocócicas (PANDAS).
O TOC é normalmente tratado com medicamentos, psicoterapia ou uma combinação dos dois (sendo este o mais efetivo sempre). Embora a maioria dos pacientes com TOC responda ao tratamento, alguns pacientes continuam a apresentar sintomas.
Às vezes, as pessoas com TOC também têm outros transtornos mentais, como outros transtornos ansiosos, depressão e transtorno dismórfico corporal, um transtorno no qual alguém acredita erroneamente que uma parte de seu corpo é anormal. É importante considerar esses outros distúrbios ao tomar decisões sobre o tratamento.
Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), são usados para ajudar a reduzir os sintomas do TOC e são primeira linha no tratamento dessa patologia.
Os SRIs geralmente requerem doses diárias mais altas no tratamento do TOC do que da depressão e podem levar de 4 a 8 semanas para começar a fazer efeito, mas alguns pacientes apresentam melhora mais rápida.
Se os sintomas não melhorarem com esses tipos de medicamentos, a pesquisa mostra que alguns pacientes podem responder bem a um medicamento antipsicótico atípico (boas evidencias com a Quetiapina). Embora a pesquisa mostre que um medicamento antipsicótico pode ajudar a controlar os sintomas de pessoas que têm TOC e transtorno de tique, a pesquisa sobre a eficácia dos antipsicóticos para tratar o TOC é mista.
Se lhe for prescrito um medicamento, certifique-se de que:
Outros medicamentos têm sido usados para tratar o TOC, mas mais pesquisas são necessárias para mostrar o benefício dessas opções.
Medicamentos Off Label para o Tratamento de TOC:
– Aripiprazol
– Quetiapina
– Benzodiazepínicos
– Olanzapina
– Mirtazapina
– Venlafaxina
A psicoterapia pode ser um tratamento eficaz para adultos e crianças com TOC. A pesquisa mostra que certos tipos de psicoterapia, incluindo terapia cognitivo-comportamental (TCC) e outras terapias relacionadas (por exemplo, treinamento de reversão de hábitos) podem ser tão eficazes quanto medicamentos para muitos indivíduos. A pesquisa também mostra que um tipo de TCC chamado Exposição e Prevenção de Resposta (EX/RP) – passar o tempo na própria situação que desencadeia compulsões (por exemplo, tocar em objetos sujos), mas depois ser impedido de realizar a compulsão usual resultante (por exemplo, lavar as mãos) – é eficaz na redução de comportamentos compulsivos no TOC, mesmo em pessoas que não responderam bem à medicação SRI.
Tal como acontece com a maioria dos transtornos mentais, o tratamento geralmente é personalizado e pode começar com medicação ou psicoterapia, ou com uma combinação de ambos. Para muitos pacientes, o EX/PR é o tratamento complementar de escolha quando os medicamentos SRIs ou ISRSs não tratam efetivamente os sintomas do TOC ou vice-versa para indivíduos que iniciam o tratamento com psicoterapia.